Brasília, 12 de setembro de 2022
Por Claudia Godoy
A declaração é do chefe do Departamento de Indústria e Comércio sul-africano, que participou de seminário virtual sobre investimentos na região.
O presidente do Departamento de Indústria e Comércio da África do Sul, John Rocha, disse hoje, 12, que a pandemia de covid não afetou o avanço da harmonização das políticas econômicas na Zona de Comércio Livre Continental Africana (ECA). As diferenças de culturas e tradições na região, além da forte influência econômica/política externa são os principais desafios dos 55 países africanos, segundo aponta Rocha.
A ECA foi criada em 2018, em Ruanda, mas os negócios entre os 54 países-membros (apenas a Eritreia não entrou, ainda) da área de livre comércio africanos começaram no ano passado. “A pandemia atrasou o cronograma, que prevê a eliminação progressiva de tarifas, facilitação de cooperação e transportes entre os países”, disse Rocha, acrescentando depois, que, no entanto, que “nem a covid conseguiu travar o avanço das negociações, há otimismo”.
De acordo com Rocha, a economia da África era voltada para o comércio de matéria-prima e mineração, os transportes foram desenvolvidos para atender a esses produtos. “A capacidade produtiva fraca da África vem de fatores que levaram à dependência de minerais e da agricultura”, disse o presidente do Departamento de Indústria e Comércio da África do Sul.
Rocha destacou que a África do Sul é o país mais avançado do continente africano, mas isso ainda leva os vizinhos a temerem a dominação econômica dos sul-africanos. “Precisamos promover uma cadeia de valores integrada para produzir carros elétricos com baterias da nossa região, petróleo refinado e agricultura forte com capacidade de produção para o continente”, disse ele.
O chefe do Departamento de Indústria e Comércio da África do Sul acrescentou que o Brasil pode ter vantagem ao construir parceria com as empresas africanas. “A infraestrutura da região ainda depende muito de investimentos públicos. Precisamos dinamizar o setor privado para os investimentos em estradas, comunicação e distribuição”, explicou Rocha. Outros fatores que dificultam a integração dos países africanos é a informalidade dos mercados, além de aspectos sanitários, padronização de embalagens e línguas diferentes.
A declaração do chefe do Departamento de Indústria e Comércio sul-africano ocorreu durante seminário virtual sobre investimentos na região. Rocha apresentou durante o evento as oportunidades oferecidas pela Área de Livre Comércio Africana. Também participaram do evento o Charge d’Affaires da embaixada da África do Sul em Brasília, Musa Aphane, a Conselheira Econômica da embaixada da África do Sul em Brasília, Cecília Iturralde, o gerente-geral para a África da Tramontina, Juliano Maffei, o Conselheiro Comercial da embaixada do Brasil na África do Sul, Ricardo Bernhard, além da diretora de Manufatura Avançada, InvestSA-dtic, Rashmee Ragaven, que apresentou os incentivos e oportunidades de investimentos na área livre do continente africano.