sábado, 18, maio, 2024
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Autoridades assinam abaixo-assinado pelo fim do bloqueio a Cuba

Por: Claudia Godoy

Autoridades e personalidades internacionais anunciaram hoje (23) a realização de abaixo-assinado que pede o fim do embargo e a normalização das relações dos Estados Unidos e Cuba. Intitulado “Deixem Cuba viver”, o movimento pede o fim das “medidas coercitivas” impostas pelo governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e a retomada da abertura iniciada por Barack Obama. O documento foi assinado por numerosas autoridades nacionais e internacionais, entre elas o Movimento Black Lives Matter, as atrizes Susan Sarandon e Jane Fonda, o músico Chico Buarque e o filósofo Noam Chomsky.
Leia o abaixo-assinado:

Estimado Presidente Biden:
Chegou a hora de dar um novo rumo às relações entre os Estados Unidos e Cuba. Nós, os abaixo assinados, fazemos-lhe este urgente reclamo público porque repudiamos as cruéis políticas implementadas pela Casa
Branca de Trump, que tanto sofrimento provocou ao povo cubano.

Cuba – um país de onze milhões de habitantes – atravessa uma crise difícil, devido à crescente escassez de alimentos e medicamentos. Os recentes protestos chamaram a atenção do mundo para isso. Embora a pandemia da Covid-19 seja um grande desafio para todos os países, para uma pequena ilha sobre a qual pesa o enorme impacto de um embargo económico, esse desafio é muito maior.
Consideramos que a política de recusar deliberadamente alimentos e medicamentos ao povo cubano, particularmente durante uma pandemia mundial, é um acto totalmente inescrupuloso.

Com a pandemia, o povo da ilha – e o governo − perderam milhares de milhões em receitas procedentes do turismo internacional, que, em tempos normais, teriam sido investidos no seu sistema de saúde pública, distribuição de alimentos e na economia.

Durante a pandemia, o governo de Donald Trump intensificou o embargo, abandonou a abertura do governo de Obama e estabeleceu 243 medidas coercitivas, que estrangularam de maneira deliberada a vida na ilha e provocaram mais necessidades.

A proibição das remessas e a suspensão dos voos comerciais directos entre os Estados Unidos e Cuba impedem o bem-estar da maioria das famílias cubanas.

Em 12 de Julho, o senhor escreveu: “Apoiamos o povo de Cuba”. Se isso é verdade, pedimos-lhe que firme imediatamente uma ordem executiva que anule as 243 “medidas coercitivas” implementadas por Trump.

Não existe razão alguma para manter a política da Guerra Fria, que exigia que os Estados Unidos tratassem Cuba como um inimigo existencial, e não como um país vizinho. Em vez de manter o rumo de Trump, no seu esforço por reverter a abertura de Obama para Cuba, instamos a que a siga, a que retome a abertura e inicie o processo de levantar o embargo. Pôr fim à escassez de alimentos e medicamentos deve ser a prioridade fundamental.

Em 23 de Junho, a maioria dos Estados Membros das Nações Unidas votaram por pedir aos Estados Unidos que acabasse com o embargo. Esta tem sido a posição constante da maioria dos Estados Membros, durante
os últimos 30 anos. Adicionalmente, sete Relatores Especiais das Nações Unidas escreveram uma carta ao governo dos Estados Unidos, em Abril de 2020, relacionada às sanções a Cuba. “Na emergência sanitária
representada pela pandemia, a falta de vontade do governo dos Estados Unidos de suspender as sanções pode provocar um risco maior de penúria em Cuba”, escreveram na sua missiva.

Pedimos-lhe que levante as “medidas coercitivas” impostas por Trump e que retome a abertura de Obama ou, o que seria melhor, que inicie o processo de pôr fim ao embargo e normalize plenamente as relações
entre os Estados Unidos e Cuba.

Atentamente,

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