Por: embaixada da China
O presidente Jair Bolsonaro (esquerda) recebe Sullivan no Palácio do Planalto. Foto: divulgação.
A embaixada da China informou por meio de nota à imprensa que os ataques dos EUA à segurança da tecnologia 5G e às empresas chinesas são mal-intencionados e infundados. “Seu verdadeiro objetivo é difamar a China e cercear as empresas chinesas de alta tecnologia com a finalidade de preservar seus interesses egoístas da supremacia americana e o monopólio na ciência e tecnologia”, informou a embaixada chinesa por meio de nota que tem a forma de pergunta e resposta.
Os EUA divulgaram, nesta semana, declaração na qual afirmam que em relação ao 5G, continuam a ter fortes preocupações sobre o papel potencial da Huawei na infraestrutura de telecomunicações do Brasil, bem como em outros países ao redor do mundo. A afirmação ocorreu prestes à chegada ao Brasil do conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan.
Sullivan visita Brasil e Argentina acompanhado pelo diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental, Juan Gonzalez, pelo diretor sênior de tecnologia e segurança nacional, Tarun Chhabra, pelo diretor sênior da Cyber, Amit Mital, e pelo funcionário sênior do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental, Ricardo Zúniga.
Na Argentina, segundo as informações da embaixada dos Estados Unidos, eles tratam dos laços estratégicos sobre prioridades bilaterais e regionais, incluindo a recuperação pandêmica, a cúpula climática regional, o crescimento econômico compartilhado e a segurança em nosso hemisfério e em todo o mundo.
Leia a nota completa da embaixada da China:
Pergunta: No dia 6 de agosto, o porta-voz da Embaixada dos EUA no Brasil divulga uma declaração à margem da visita do conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, na qual afirma que em relação ao 5G, os EUA continuam a ter fortes preocupações sobre o papel potencial da Huawei na infraestrutura de telecomunicações do Brasil, bem como em outros países ao redor do mundo. Qual é o seu comentário a esse respeito?
Resposta: Os ataques dos EUA à segurança da tecnologia 5G e às empresas chinesas são mal-intencionados e infundados. Seu verdadeiro objetivo é difamar a China e cercear as empresas chinesas de alta tecnologia com a finalidade de preservar seus interesses egoístas da supremacia americana e o monopólio na ciência e tecnologia. A esse tipo de comportamento que busca publicamente coagir os outros países na construção do 5G e sabotar a parceria sino-brasileira, manifestamos forte insatisfação e veemente objeção.
Nos últimos trinta anos, a Huawei construiu mais de 1.500 redes de telecomunicação em mais de 170 países e territórios, atendendo a mais de um terço da população global, e não teve, sequer, um único incidente de segurança. Aliás, nenhuma prova foi apresentada que aponta a existência de um suposto “backdoor” em produtos da empresa. As soluções 5G da Huawei são avançadas e seguras, fato reconhecido pela maioria das operadoras do mundo. Com 22 anos de atuação no Brasil, a Huawei criou mais de 16 mil postos de trabalho, mantém boa cooperação com mais de 500 empresas brasileiras e fornece equipamentos a quase metade das redes de telecomunicação e 40% da rede núcleo do país, atendendo a 95% da população brasileira. Seus produtos e serviços são altamente reconhecidos pelo mercado.
Os EUA são reconhecidamente o maior “império de hackers” do mundo e constituem uma verdadeira ameaça à segurança cibernética global. Durante muito tempo, agências de inteligência dos Estados Unidos conduziram, em grande escala e de forma organizada e indiscriminada, atividades de vigilância e espionagem cibernéticas contra governos, até mesmo dos seus aliados, empresas e indivíduos estrangeiros, com graves violações da privacidade e da segurança de terceiros. Sem nenhuma base factual, os EUA abusam do seu poder de Estado para difamar, por qualquer meio, as empresas chinesas de alta tecnologia. Este grosseiro ato hegemônico já foi e continua sendo criticado amplamente pela comunidade internacional.
Acreditamos que o Brasil vai fornecer regras de mercado em sintonia com os parâmetros de transparência, imparcialidade e não discriminação para empresas chinesas e de qualquer outra nacionalidade, bem como continuar a manter um bom ambiente de negócios para a cooperação econômico-comercial sino-brasileira .