Por: Claudia Godoy
A África do Sul investe recursos substanciais para aliviar e mitigar o impacto socioeconômico da pandemia na população.
O embaixador Mavimbela chegou neste início de março ao Brasil e já entregou suas cartas credenciais ao presidente Jair Bolsonaro. Foto: PR
No início da pandemia, o governo da África do Sul anunciou um pacote de alívio econômico histórico de 800 bilhões rands (aproximadamente R$300 bilhões) utilizado na Saúde, combate à fome, sofrimento social, apoio a empresas, trabalhadores, reabertura da economia, além de medidas de apoio ao mercado monetário e financeiro.
“Essas medidas consistiram em numerosos instrumentos para ajudar nossa economia a superar o severo impacto sobre a produção, os mercados, o comércio e o emprego”, informou o embaixador da África do Sul, Wellington Mavimbela.
Um montante de mais de 530 milhões de rands (aproximadamente R$ 200 milhões) foi reservado para apoiar SMMEs, incluindo um esquema de financiamento de alívio da dívida de SMME, para apoiar pagamentos de folha de pagamento, aluguel e serviços públicos; um mecanismo de crescimento e resiliência de negócios para financiar PMEs no setor de saúde; e instalações feitas sob medida para pequenas empresas do setor informal.
O embaixador sul-africano acrescentou que foi oferecido apoio adicional às empresas por meio de um esquema de garantia de empréstimos de 200 bilhões de rands (aproximadamente R$75 bilhões).
Um benefício de Desastre Nacional Covid-19 foi adicionado ao Fundo de Seguro Desemprego (UIF) como um instrumento para mitigar os efeitos da dispensa de trabalhadores durante o bloqueio.
“O governo também aumentou substancialmente a rede de segurança social para aqueles que são mais desesperadamente afetados pelo vírus, incluindo crianças, deficientes, cuidadores e desempregados. Este subsídio especial da Covid-19 foi prorrogado até o final de abril de 2021”, informou Mavimbela.
Financiamento adicional também foi disponibilizado aos municípios para o fornecimento de água de emergência, maior higienização dos transportes públicos e instalações, e fornecimento de alimentos e abrigo para os desabrigados.
Um Fundo de Solidariedade, criado pelo setor privado da África do Sul como um veículo de resposta rápida, arrecadou bilhões de rands e forneceu a tão necessária assistência humanitária.
“Embora essas medidas tenham se mostrado eficazes na redução do impacto econômico da pandemia em alguns dos mais vulneráveis em nossa sociedade, não há dúvida de que o vírus expôs os desafios sistêmicos da África do Sul e nossa batalha contínua contra a pobreza persistente, o desemprego e desigualdade”, acrescentou o embaixador sul-africano.
Assim, o governo sul-africano também decidiu aproveitar a oportunidade para forjar uma economia nova, inclusiva e estruturalmente sólida em uma nova realidade global. O Plano de Reconstrução e Recuperação Econômica fornece um roteiro nacional para a transição para uma economia pós-pandemia. O governo sul-africano e os cidadãos sul-africanos expressaram o desejo de contribuir para uma sociedade melhor e mais igualitária por meio do estabelecimento de novos pactos e alianças sociais. Os sul-africanos são resilientes e não desconhecem as adversidades.
O embaixador da África do Sul destacou a sua confiança: “estou, portanto, confiante em nossa capacidade de estar à altura da situação como um país. Desejo fazer a minha parte para contribuir para a nossa recuperação nacional, fazendo todo o possível para fortalecer relações mutuamente benéficas entre a África do Sul e o Brasil”.