O novo embaixador do Paquistão, Ahmad Hussain Dayo, apresentou, na última semana, a carta credencial ao presidente Jair Bolsonaro.
Apresentação da carta credencial do Embaixador do Paquistão Ahmad Hussain Dayo, ao Senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Carolina Antunes/PR
As relações diplomáticas entre o Brasil e o Paquistão foram estabelecidas em 1948. A embaixada em Karachi foi aberta em 1952. No mesmo ano, o Paquistão instalou sua embaixada no Rio de Janeiro.
Brasil e Paquistão mantêm reuniões regulares de consultas políticas, nas quais dialogam sobre iniciativas bilaterais e trocam impressões sobre temas de interesse global.
Este ano, o Paquistão vem se transformando em um importante país de destino das exportações brasileiras. Em apenas seis meses, as vendas brasileiras para o país asiático somaram US$ 621 milhões, a maior cifra já registrada na série histórica do comércio bilateral. Montante superior aos US$ 605 milhões exportados em todo o ano passado e que marcou um recorde nas estatísticas das trocas entre empresas brasileiras e paquistanesas.
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia
Essa cifra foi alcançada graças a um aumento de 92,7% nas exportações brasileiras no período janeiro/julho, ao passo em que as exportações paquistanesas tiveram uma retração de 19,5% para pouco mas de US$ 36 milhões.
Esse aumento na receita obtida com as vendas para o Paquistão deveu-se, em grande parte, a uma forte alta de 69,5% nos embarques de soja, que alcançaram a cifra de US$ 368 milhões, e também a uma elevação ainda muito mais expressiva (969%) nas vendas de algodão em bruto, que totalizaram US$ 171 milhões nos seis primeiros meses deste ano.
Além da soja e do algodão, outros destaques na pauta exportadora para o Paquistão foram gorduras e óleos vegetais (US$ 14 milhões), papel e cartão (US$ 8 milhões) e resíduos e sucatas de metais ferrosos (US$ 8 milhões).
A pauta exportadora paquistanesa para o Brasil tem uma forte concentração em produtos manufaturados, de maior valor agregado, mas os valores são ainda bastante modestos.
Os principais produtos embarcados para o Brasil no primeiro semestre foram artigos confeccionados de materiais têxteis (US$ 4 milhões), instrumentos e aparelhos medicinais (US$ 3 milhões), carrinhos de bebês, brinquedos, jogos (US$ 2,45 milhões), vestuário de tecidos têxteis (US$ 2,32 milhões) e tecidos de algodão (US$ 2,27 milhões).
Ao Paquistão interessa aumentar as vendas para o Brasil envolvendo não apenas as exportações desses produtos mas também de tecidos de algodão, casacos femininos, calças, jaquetas, ternos, tecidos têxteis, talheres, fios têxteis, pneus de borracha, móveis, malas e outros produtos da indústria paquistanesa de transformação, o que contribuiria para reduzir o forte desequilíbrio que há anos vigora no comércio entre os dois países.
Com uma mudança qualitativa na pauta exportada para o Brasil, o Paquistão projeta transformar-se em um parceiro comercial ainda mais expressivo para o país, conquistando posições nos rankings de exportação e importação brasileiras, nos quais ocupa hoje, respectivamente, a 37ª e 71ª. posições.
Da mesma forma, o país asiático busca meios de tornar mais equilibrado o intercâmbio que historicamente sempre foi bastante favorável ao Brasil. Ano passado, por exemplo, as exportações brasileiras somaram US$ 567 milhões, enquanto as vendas paquistanesas totalizaram apenas US$ 79 milhões.
Nos últimos dez anos, as exportações brasileiras atingiram o montante de US$ 3,391 bilhões, enquanto as vendas paquistanesas somaram US$ 738 milhões. Com isso, o intercâmbio bilateral proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 2,653 bilhões em uma década.