Intervenção do Ministro, na Reunião de Alto Nível da AGNU, para comemorar o 75º aniversário das Nações Unidas, em 21 de Setembro.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, durante o discurso. Foto: divulgação.
Senhor Secretário-Geral,
Senhor Presidente,
Distintos delegados:
No 75º aniversário das Nações Unidas, o multilateralismo e o Direito Internacional estão ameaçados pela maior potência mundial. A conduta irresponsável dos Estados Unidos é o maior perigo para a paz e a segurança internacionais. Promove conflitos, guerras não convencionais e comerciais, impõe severas medidas coercitivas unilaterais e malbarata – na sua corrida armamentista – recursos indispensáveis para o desenvolvimento sustentável dos nossos povos, ao mesmo tempo em que se recusa a cooperar no enfrentamento das múltiplas crises geradas pela devastadora Covid-19.
Os Estados Unidos ignoram importantes acordos em matéria ambiental, de desarmamento e controle de armas, e abandona foros internacionais, como a Organização Mundial da Saúde, a Unesco e o Conselho de Direitos Humanos. É como se estivesse em guerra com o planeta, os seus recursos vitais e os seus habitantes.
Impede a solução ampla, justa e duradoura do conflito israeliano-palestino, que esta Organização reclama historicamente. Propõe o chamado “Acordo do século”, que ameaça o futuro do Estado da Palestina, nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como a sua capital.
Recusa ao povo de Porto Rico o direito à livre determinação e independência, quando está a terminar o Terceiro Decénio Internacional para a Eliminação do Colonialismo.
Interfere nos assuntos internos de dezenas de Estados membros da ONU e ameaça aos que acusa de influir no seu corrupto sistema eleitoral. O medo e a mentira reiterada são as novas armas na sua desonesta estratégia mediática e de desinformação.
Quebranta a Proclamação da América Latina e das Caraíbas como Zona de Paz, ao reactivar a Doutrina Monroe.
Contra Cuba, eleva a sua hostilidade a níveis qualitativamente superiores. Viola de forma sistemática os direitos humanos do povo cubano, ao intensificar o bloqueio econômico, comercial e financeiro e o seu caráter extraterritorial. É aquele que ataca despudoradamente a nossa cooperação médica e os governos que legitimamente a solicitam, com o que se restringe o direito à saúde de outras nações; mesmo sendo o epicentro da pandemia da Covid-19, que, por irresponsabilidade e oportunismo eleitoral, custou a vida de quase 200 mil dos seus cidadãos.
Senhor Presidente:
A 75 anos de ter subscrito a Carta das Nações Unidas, urge reafirmar o nosso compromisso com os princípios do Direito Internacional e o fortalecimento do multilateralismo, a cooperação com os organismos internacionais e o empoderamento desta Assembleia Geral. Multipliquemos a cooperação e a solidariedade. Construamos uma ordem internacional democrática, justa e sustentável.
Muito obrigado.