Seade é economista, diplomata e político com amplo conhecimento em negociações comerciais e gestão de crises financeiras internacionais. É desde 1 de dezembro de 2018 subsecretário para a América do Norte do Ministério (Secretaria) de Relações Exteriores (SRE) do México.
Vários países da região já expressaram o apoio à candidatura de Seade, pelo menos cinco o fizeram publicamente, como Argentina e Bolívia, outros por meio de mensagens entre chanceleres e vice-ministros, entre os quais pelo menos 12, incluindo Equador, Chile, Paraguai e Uruguai. As consultas finais que terão início no dia 7 de setembro.
“Sou um profundo latino-americanista e seria uma honra para mim contar com o apoio da América Latina para liderar a OMC nestes tempos turbulentos”, disse Jesús Seade Kuri.
Veja o artigo completo publicado pela Embaixada do México:
Vivemos um momento histórico sem precedentes, com uma pandemia global que causou uma crise econômica aguda e graves deslocamentos sociais.
A América Latina é o novo epicentro da epidemia e o impacto econômico é enorme. O Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos e o Chile, México e Peru estão entre os 10 países com mais infectados. Por outro lado, a CEPAL prevê que em 2020 o PIB mundial cairá 5,2% e a queda na América Latina e Caribe será ainda maior, 9,1%.
Nesse contexto, está em curso a eleição do Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio, uma decisão fundamental para o futuro econômico do mundo.
Um dos setores mais afetados pela pandemia é justamente o comércio. A CEPAL prevê que neste ano o comércio global diminuirá entre 13% e 32%.
Para a América Latina isso é grave porque as exportações representam 20% do PIB e os preços internacionais das commodities agrícolas e minerais devem cair mais de 6% e os preços da energia quase 40%.
Além do contexto internacional adverso, a OMC tem enfrentado sérios problemas há anos e mudanças fundamentais são urgentes.
A organização não logrou concluir a Rodada de Doha lançada há quase 20 anos e sofre com a paralisia do órgão de solução de controvérsias, além de outros problemas, como desentendimentos entre potências comerciais.
Diante dessas circunstâncias, o México apresentou a candidatura de Jesús Seade à Diretoria-Geral da OMC. Depois das apresentações de todos os candidatos perante o Conselho Geral da organização em julho passado, fica claro que a candidatura mexicana é uma das mais sólidas pela experiência e preparação do Dr. Seade e suas propostas para a organização.
Embora existam outros candidatos com bom perfil, a opinião do México é que ninguém tem mais qualidades que o Dr. Seade por sua capacidade pessoal e por sua experiência na própria OMC, em diferentes regiões do mundo e nos âmbitos comercial, econômico e acadêmico, de negociação e de políticas públicas.
Para a América Latina e o Caribe, a candidatura do Dr. Seade representa uma grande oportunidade. O contexto global e o da própria organização têm feito que a consideração mais relevante para a eleição do novo Diretor-Geral seja o perfil dos candidatos, o que foi apontado por vários aspirantes. Isso permite que alguém de nossa região ocupe à Direção-Geral, o que permitiria fortalecer nossa posição no mais alto foro do comércio mundial, o que não necessariamente acontecerá se outro candidato vence.
O candidato mexicano oferece soluções integrais e uma visão global equilibrada, além de experiência e capacidade impecáveis, mas ao mesmo tempo possui um pertencimento cultural e regional que deve receber o apoio unânime da região. A América Latina não pode se dar ao luxo de parecer dividida quando pode se beneficiar do triunfo do candidato americano e, ao mesmo tempo, contribuir para a governança global.
Vários países da região já expressaram o seu apoio, pelo menos cinco o fizeram publicamente, como Argentina e Bolívia, outros por meio de mensagens entre chanceleres e vice-ministros, entre os quais posso contar pelo menos doze, incluindo Equador, Chile, Paraguai e Uruguai.
Estamos confiantes de que, diante das consultas finais que terão início no dia 7 de setembro, a região estará à altura e elegerá um candidato por unanimidade que os representará.